Rembrandt (1606-1669), artista holandês do barroco, excepcional intérprete da natureza humana e mestre na técnica não só do desenho, como da gravura. Talvez nenhum pintor o tenha igualado na utilização dos efeitos de claro-escuro ou no vigor da pincelada.
Primeira fase
O estilo de suas primeiras pinturas, realizadas na década de 1620, denota a influência de seu mestre, Pieter Lastman, na escolha de temas de muita dramaticidade, nas composições com grande profusão de elementos e nos contrastes de luz e sombra muito marcantes. Em Nobre escravo (1632), observa-se sua predileção por trajes exóticos, elemento característico de muitas obras da primeira fase.
A magnífica tela Retrato de casal (1633) evidencia o estilo de seus primeiros retratos: preocupação com os trajes dos personagens, os detalhes das roupas e a decoração residencial.
Uma das primeiras encomendas oficiais que recebeu em Amsterdã foi A lição de anatomia do doutor Tulp (1632), que representa uma aula prática de dissecação.
Fase intermediária
Muitas das obras realizadas na década de 1640, revelam influência do estilo e do espírito do classicismo, como o Auto-retrato (1640) inspirado em trabalhos de Rafael e Tiziano, que reflete sua assimilação do classicismo tanto na organização formal como na expressão de paz interior.
O retratos em grupo aperfeiçoaram-se em riqueza e complexidade. Sua Ronda noturna (1642) representa a atividade irrequieta de um destacamento militar, concentrado atrás do chefe, em preparativos para um desfile ou um torneio de tiro.
Última fase
As obras mais importantes de Rembrandt pertencem a suas duas últimas décadas, quando já não lhe importavam a dramaticidade barroca, o esplendor externo, e os detalhes superficiais. Os auto-retratos, os retratos individuais ou coletivos e as obras religiosas e históricas demostram uma preocupação com o temperamento e as qualidades espirituais. Sua paleta adquire um colorido mais rico e a pincelada se torna cada vez mais vigorosa, como se pode verificar em O artista em idade avançada (1669), José e a Mulher de Putifar (1655) e A volta do filho pródigo (c. 1669), obras de grande emotividade.
Obra gráfica
Trabalhos magníficos de sua última fase são Natã censurando Davi (entre 1655 e 1656), feito a bico de pena, e Mulher dormindo (c. 1655), desenho a pincel de grande força expressiva, considerado uma de suas obras mais extraordinárias.
Suas gravuras mais impressionantes dessa época são Retrato de Jan Six (1647), Cristo curando um enfermo (entre 1642 e 1645) e a poética paisagem Três árvores (1643).
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